sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Qual batida te emociona?

 
                               Foto: Hip Hop Groove                     
                                                                                      
Vivo em uma rotina intensa. Todos os dias acordo cedo, pego uma condução lotada, vou ao trabalho, corro para a faculdade... Não paro um só momento. Estou em constante pressão. Será que em meio a tanta correria e estresse eu conseguiria encontrar um refúgio? Será que um dia eu iria encontrar algo que me fizesse, por um instante, me tirar dessa loucura? Digo então que eu encontrei.
                                                                               
Quando criança lembro de meu pai. Um cara trabalhador, honesto, sempre com um sorriso no rosto e um conselho guardado em seu bolso, usado para auxiliar aqueles que necessitavam de ajuda e consolo. Sua alma resplandecia amor. Suas atitudes também. Para mim um herói. Para seus amigos, também. Era doce, puro. Nada parecia o abalar. Todas as noites me colocava para dormir, contava histórias de sua infância, contava sobre o Hip Hop. Algumas vezes, quando eu estava triste, para me animar fazia Raps, isso mesmo, fazia rimas para me ver sorrir. Em uma rasteira da vida, meu pai ficou doente e em pouco tempo faleceu. Mesmo doente não perdia sua alegria em viver, seu amor a família e amigos e sua devoção ao Hip Hop.
                                                                                              Confesso que nunca fui tão ligada ao HIP HOP. Eis que um dia uma amiga, me convidou para ir a um evento. Cheguei ao local, sem muitas expectativas. Quando subiu ao palco uma garota. A batida começou a tocar e ela começou a cantar. Uma emoção encheu o meu peito. Lágrimas escorreram em meu rosto, uma alegria sem tamanho tomou conta do meu corpo, junto dela a saudade. Tremia. Era a musica que meu pai cantava para mim.

Desde esse dia, não parei mais de escutar rap e me envolvi com projetos de uma casa de HIP HOP, onde dava aulas de fotografia e canto. Tento passar a mesma sintonia que senti naquele dia, deixo transparecer em meu olhar o amor que sinto. A música se tornou meu refúgio. O que sinto quando a escuto é fora do comum. Me transporto para outro lugar. Até hoje a emoção é forte, não só pela ligação com meu pai, mas também por sua mensagem. Me sinto livre. Entusiasmada. E você o que sente? O que te emociona?

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Aceite a diferenças, o pré-conceito não faz sentido - Parceria Nova Safra

"Na caminhada entre ruas e becos me peguei com a cabeça nas nuvens. Os fones no ouvido tocavam Me Against the World e eu achei que só um single era tudo que eu precisava para mudar o mundo. Sentei na primeira calçada que vi. Na mochila, entre os sprays e discos, encontrei meu caderno. A capa estampava o esboço de um de meus primeiros grafites e de repente me flagrava lembrando do sorriso da gata ao dizer “que lindo, quem  fez?" "eu que fiz, vem aqui que te mostro que de onde veio tem mais...”
Interrompi o devaneio e comecei a escrever. Sabia que mulheres seriam meus últimos problemas depois do lançamento da minha primeira mixtape. As palavras transbordavam das minhas mãos na mesma velocidade em que as ideias percorriam minha cabeça. Naquela hora me vi Notorius, notado de Bed-Stuy, Nova York, USA para o mundo. As rimas acompanhando meus flows, meus flows acompanhando meus beats, meus beats acompanhando os streets... Até que do nada, um zé branquelo esbarra em mim, cai no chão e me olha assustado. Pensei “pô, calmaí carinha, não to fazendo nada de errado!” Uns gambé que tava ali do lado já correu pra socorrer! Todo mundo me olha esquisito, como se eu tivesse alguma coisa a temer...
Nem perguntaram nada, já chegaram revirando a mochila, perguntando como tava a ficha na polícia... “não senhor, sou rapaz trabalhador!” “Trabalhador rapaz, com esses pixe e essas latas a mais?” “Pixe não senhor, é grafite, é Hip Hop!” “Cala boca aí moleque, pra não piorar tua sorte!”

Dona Regina, minha mãe, saiu correndo do trabalho pra me buscar na delegacia. Diziam que eu fui o responsável por agredir o engomadinho-dois-pés-esquerdos. “Que vergonha!” ela dizia... e mal sabia que eu só tava ali sentado. Sonhando com o Hip Hop, sem violência, sem querer fazer estrago. Só queria fazer arte, mas não arte desse jeito... queria fazer desenho, fazer som, fazer poesia... queria ser homem de efeito. A pele negra nunca ajudou e o preconceito causado pela diferença sempre tava presente... Fazer Hip Hop não deu hoje, quem sabe amanhã eu tente."

O pré-conceito trouxe essa história que pessoas passam em seu cotidiano a partir das  diferenças sociológicas, físicas e culturais. Talvez você se identifique com o pré julgamento feito pela sua vestimenta, pelo vocabulário e lugar onde mora, que se torna zombaria da burguesia  daqueles que não sabem o que acontece, porque não conhecem e simplesmente criam seu conceito. 

Nova Safra, um grupo de Hip Hop do ABC em parceira com Groove relata em entrevista o preconceito vivenciado por quem seguem a cultura e caminhos para vencê-los e supera-los:



Hip Hop faz isso, passa a mensagem e que o Bullying não faz sentido, somos todos irmãos quer queiramos ou não, brincar com a diferença do próximo não tem explicação.
O Groove e Nova Safra incentiva a cultura, aquela que não faz discriminação pelas nossas diferenças!


sexta-feira, 23 de outubro de 2015

OS PANTERAS NEGRAS


Os Black Panthers foram um dos mais revolucionários partidos negros, e começaram nos Estados Unidos em 1996. Sua ideologia foi o Programa de 10 pontos, que ficou conhecido pelas dez bases que regiam o partido.



Nos Estados Unidos no século XX, a população negra sofria muitos atos racistas. Eles tinham lugares específicos para se sentar nos transportes públicos, e andavam em lugares separados para não se misturarem com a população branca. Mesmo com toda diferença imposta pela sociedade, houveram pessoas importantes para a conquista de direitos civis, sociais e políticos, mas Huey Newton e Bobby Seale foram os mais essenciais para as conquistas no movimento dos negros nos Estados Unidos, já que foram os fundadores do Partido dos Panteras Negras.
Auto- Defesa foi o nome original do movimento criado por Oakland na Califórnia. Seu objetivo era vigiar os guetos para se protegerem contra a violência da polícia. O grupo assumiu uma ligação ideológica com o marxismo, que acreditava que todos os negros podiam ter armas e que não deveriam pagar impostos para um país que só pensava nos brancos. O partido queria a indenização e liberdade para os negros, já que sofreram desde a época da escravidão. O movimento se tornou popular e teve mais de dois mil membros. Logo após,começaram a realizar atividades em cidades especificas dos Estados Unidos e ganharam a “fama” de Panteras Negras.

Partido dos Panteras Negras

Devido às manifestações, começaram a se envolver em vários conflitos com a polícia que terminavam em tiroteios com mortes tanto para um quanto para outro, e em um desses conflitos, Huey Newton, um dos fundadores dos Panteras Negras foi preso acusado pelo assassinato do policial.
Outros membros do partido também foram presos por cometer atos criminais. O número de prisões foi diminuindo, mas por outro lado a polícia era mais rígida, e com isso o próprio Congresso começou a investigar a ação da policia sob o Panteras Negras. De qualquer forma eles foram reprimidos e os negros começaram a perder a empatia pelo movimento, e os outros integrantes do partido começaram a largar a violência e adotar estrategias políticas e de serviços sociais para a população negra, suprindo a carência da sociedade que era menos favorecida. O Partido dos Panteras Negras ficou ativo até 1980.


Cointelpro e Panteras Negras (Documentário)

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

QUAL A SUA ARMA?


A historia de Edson, morador do ABC Paulista.
 
           Todos os dias eu seguia a mesma rotina. Acordava ás 5h30, tomava banho, me arrumava, tomava uma xícara de café, escovava meus dentes e corria para o ponto de ônibus. Sentava no fundo, colocava meu fone e seguia para o meu trabalho. Todo dia era a mesma coisa. Um dia resolvi mudar, não coloquei meu fone, comecei a observar as pessoas que estavam naquele ônibus. Até que um rapaz que estava há dois bancos do meu, me fez parar. Ele usava roupas largas, boné, fones de ouvido e sua expressão era séria. Reparei em seu olhar perdido, porém esperançoso. Suas mãos eram calejadas, suas roupas surradas, mas muito perfumadas. Parecia-me acreditar em Deus, antebraço tatuado com a frase : “Deus é fiel” e no punho uma cruz. Aparentava ter 25 anos. Minha observação se encerrou, quando subitamente se levantou e deu sinal para descer.

No outro dia, lá estava o rapaz, porém algo estava diferente, sua feição. O rosto sério deu lugar há um singelo sorriso. Parecia-me radiante, até cantarolava um rap. Suas roupas também estavam diferentes, vestia uma camisa “Polo” , calça jeans e um sapato velho. Estava arrumado, mas nada chamava mais atenção do que seu sorriso. Enquanto cantarolava, uma senhora que estava ao seu lado, se levantou e disse que não ficaria perto de um marginal. O rapaz escutou, mas nada apagou seu sorriso. Ele deu sinal e desceu. Não sei o que me chamou a atenção, talvez fosse seu estilo, a maneira como os outros o olhavam, mas naquele dia sua alegria me despertou a curiosidade.
Na manhã seguinte, não o vi, nem no outro dia e nem no outro. Certamente, ele havia mudado seu horário. Quatro dias se passaram. Estava na sala com minha mãe, que assistia seu programa policia favorito, quando na tela apareceu a foto do rapaz do ônibus.  

Edson, 22 anos, morador da Periferia do Grande ABC Paulista. Pai de um menino de 3 anos. A mãe da criança faleceu no parto. Morava com sua mãe, seu filho e seus 4 irmão menores de idade. Seu pai estava preso. Trabalhava em uma gráfica para sustentar sua família e fazia curso técnico durante a noite. Dançava Hip Hop e todo sábado ensinava dança e Grafitti para crianças carentes. Aquele dia, o ultimo em que o vi, ele estava a caminho de seu primeiro emprego digno, iria receber R$ 1.600,00 mais benefícios, e esse era o motivo de sua alegria.
Quando estava chegando para entregar seus documentos, foi surpreendido por uma ação policial. Mandaram ele encostar na parede. Perguntaram o que ele estava fazendo lá e o motivo de tanta pressa. Edson levou a mão ao bolso, quando um disparo foi ouvido. Naquele momento um sorriso foi apagado, sonhos roubados e esperanças tiradas. Edson foi ao chão com uma bala em seu peito. Naquele momento o policial viu que o rapaz segurava sua carteira de trabalho. Sua arma era o seu conhecimento, sua vontade em vencer e sua fé. Os policiais tentaram alterar a historia, mas testemunhas os denunciaram.

            Essa é a historia de Edson, mas pode ser a historia de tantos outros jovens de origem humilde, que saem da periferia para buscarem algo melhor para suas vidas e para suas famílias. Jovens com tantos sonhos, vitimas do preconceito e da injustiça. Essa crônica é em homenagem a todos aqueles que perderam suas vidas por causa e para a violência.

            Hoje Edson não pode mais ouvir seus “rap boladão”, mas sua historia não foi esquecida, pelo menos não por mim.  

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Role? To dentro!

Salve Salve!
Nesse calor de SP você não vai ficar em casa, né? Confira o que vai rolar no ABC e por SP.
Confira:
  

*HIP HOP
*R&B
*HOUSE
*SOUND SYSTEM
*DANCE MUSIC...

AMBIENTE TODO EM LUZ NEGRA, SALÃO DE JOGOS COM FLIPERAMA, PEBOLIM E MESA DE SINUCA.
Local: No Mercy Urban House -
Avenida Doutor Cesário Bastos, 645
                                                                                             
Todas Sextas-feiras
 
 
O HIP HOP TOMA CONTA
Pick Ups:
DJ
Rodrigo Silva
Entrada: Mulher VIP até as 00H após R$10,00
Homem R$20,00 ou R$40,00 consumação.
                                                                                               
 
Sexta-Feira

A partir das 00H - Mulheres VIP até as 01H.
 NOLA.
 
Sábado
  
A festa MIX-TAPE acontece todos os sábados no NOLA BAR e a proposta da festa é fazer todo mundo dançar!
DJ Kefing e convidados, mandando o melhor do Hip-Hop, Rap Nacional, Ragga, Black Music e até Música Brasileira, põem a pista pra dançar a noite toda!
 
NOLA BAR:
R.: Mourato Coelho, 1156- Vila Madalena- SP!
 
 
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