Foto: Hip Hop Groove
Vivo em uma rotina intensa. Todos os dias acordo cedo, pego uma condução lotada, vou ao trabalho, corro para a faculdade... Não paro um só momento. Estou em constante pressão. Será que em meio a tanta correria e estresse eu conseguiria encontrar um refúgio? Será que um dia eu iria encontrar algo que me fizesse, por um instante, me tirar dessa loucura? Digo então que eu encontrei.
Vivo em uma rotina intensa. Todos os dias acordo cedo, pego uma condução lotada, vou ao trabalho, corro para a faculdade... Não paro um só momento. Estou em constante pressão. Será que em meio a tanta correria e estresse eu conseguiria encontrar um refúgio? Será que um dia eu iria encontrar algo que me fizesse, por um instante, me tirar dessa loucura? Digo então que eu encontrei.
Quando criança lembro de meu pai. Um cara trabalhador, honesto, sempre com um sorriso no rosto e um conselho guardado em seu bolso, usado para auxiliar aqueles que necessitavam de ajuda e consolo. Sua alma resplandecia amor. Suas atitudes também. Para mim um herói. Para seus amigos, também. Era doce, puro. Nada parecia o abalar. Todas as noites me colocava para dormir, contava histórias de sua infância, contava sobre o Hip Hop. Algumas vezes, quando eu estava triste, para me animar fazia Raps, isso mesmo, fazia rimas para me ver sorrir. Em uma rasteira da vida, meu pai ficou doente e em pouco tempo faleceu. Mesmo doente não perdia sua alegria em viver, seu amor a família e amigos e sua devoção ao Hip Hop.
Confesso que nunca fui tão ligada
ao HIP HOP. Eis que um dia uma amiga, me convidou para ir a um evento. Cheguei
ao local, sem muitas expectativas. Quando subiu ao palco uma garota. A batida
começou a tocar e ela começou a cantar. Uma emoção encheu o meu peito. Lágrimas
escorreram em meu rosto, uma alegria sem tamanho tomou conta do meu corpo,
junto dela a saudade. Tremia. Era a musica que meu pai cantava para mim.
Desde esse dia, não parei mais de escutar rap e me envolvi com projetos de uma casa de HIP HOP, onde dava aulas de fotografia e canto. Tento passar a mesma sintonia que senti naquele dia, deixo transparecer em meu olhar o amor que sinto. A música se tornou meu refúgio. O que sinto quando a escuto é fora do comum. Me transporto para outro lugar. Até hoje a emoção é forte, não só pela ligação com meu pai, mas também por sua mensagem. Me sinto livre. Entusiasmada. E você o que sente? O que te emociona?