terça-feira, 27 de outubro de 2015

Aceite a diferenças, o pré-conceito não faz sentido - Parceria Nova Safra

"Na caminhada entre ruas e becos me peguei com a cabeça nas nuvens. Os fones no ouvido tocavam Me Against the World e eu achei que só um single era tudo que eu precisava para mudar o mundo. Sentei na primeira calçada que vi. Na mochila, entre os sprays e discos, encontrei meu caderno. A capa estampava o esboço de um de meus primeiros grafites e de repente me flagrava lembrando do sorriso da gata ao dizer “que lindo, quem  fez?" "eu que fiz, vem aqui que te mostro que de onde veio tem mais...”
Interrompi o devaneio e comecei a escrever. Sabia que mulheres seriam meus últimos problemas depois do lançamento da minha primeira mixtape. As palavras transbordavam das minhas mãos na mesma velocidade em que as ideias percorriam minha cabeça. Naquela hora me vi Notorius, notado de Bed-Stuy, Nova York, USA para o mundo. As rimas acompanhando meus flows, meus flows acompanhando meus beats, meus beats acompanhando os streets... Até que do nada, um zé branquelo esbarra em mim, cai no chão e me olha assustado. Pensei “pô, calmaí carinha, não to fazendo nada de errado!” Uns gambé que tava ali do lado já correu pra socorrer! Todo mundo me olha esquisito, como se eu tivesse alguma coisa a temer...
Nem perguntaram nada, já chegaram revirando a mochila, perguntando como tava a ficha na polícia... “não senhor, sou rapaz trabalhador!” “Trabalhador rapaz, com esses pixe e essas latas a mais?” “Pixe não senhor, é grafite, é Hip Hop!” “Cala boca aí moleque, pra não piorar tua sorte!”

Dona Regina, minha mãe, saiu correndo do trabalho pra me buscar na delegacia. Diziam que eu fui o responsável por agredir o engomadinho-dois-pés-esquerdos. “Que vergonha!” ela dizia... e mal sabia que eu só tava ali sentado. Sonhando com o Hip Hop, sem violência, sem querer fazer estrago. Só queria fazer arte, mas não arte desse jeito... queria fazer desenho, fazer som, fazer poesia... queria ser homem de efeito. A pele negra nunca ajudou e o preconceito causado pela diferença sempre tava presente... Fazer Hip Hop não deu hoje, quem sabe amanhã eu tente."

O pré-conceito trouxe essa história que pessoas passam em seu cotidiano a partir das  diferenças sociológicas, físicas e culturais. Talvez você se identifique com o pré julgamento feito pela sua vestimenta, pelo vocabulário e lugar onde mora, que se torna zombaria da burguesia  daqueles que não sabem o que acontece, porque não conhecem e simplesmente criam seu conceito. 

Nova Safra, um grupo de Hip Hop do ABC em parceira com Groove relata em entrevista o preconceito vivenciado por quem seguem a cultura e caminhos para vencê-los e supera-los:



Hip Hop faz isso, passa a mensagem e que o Bullying não faz sentido, somos todos irmãos quer queiramos ou não, brincar com a diferença do próximo não tem explicação.
O Groove e Nova Safra incentiva a cultura, aquela que não faz discriminação pelas nossas diferenças!


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