sexta-feira, 18 de setembro de 2015

ARMA PARA OS ESQUECIDOS!

Cultura Hip Hop? São aqueles favelados que ficam rodando no chão? Riscando as paredes e usando aquelas roupas largas?

   Esses são os típicos comentários de pessoas que não conhecem a cultura e acabam criticando o estilo de vida de seus seguidores, sem ao menos conhecer suas Origens. Desde sempre, o Hip Hop é considerado como "cultura de pobre e negro" por se originar na periferia.
O que talvez você não saiba é que muitas manifestações culturais vieram dos negros! O Hip Hop é uma delas e hoje atinge diversas etnias e posições sociais. Entretenimento, liberdade de expressão e mensagens de conscientização são os principais objetivos dessa cultura, e esses são importantes fatores que agem contra a exclusão social na periferia, onde faltam muitas oportunidades.
O Hip Hop tornou-se um movimento que atrai muitos jovens todos os dias! Eles se agarram a essa cultura por ganharem mais esperança e resistência para sobreviver na realidade da periferia, onde a violência, o desrespeito e a falta de perspectivas de uma vida melhor são partilhadas por todos. Encontram na cultura uma forma de fugir dos problemas e alcançar autonomia!
O Hip Hop vai muito além de um movimento cultural. Ele pode ser considerado uma conquista emancipadora de um povo visto como marginal pelas gírias e pelo modo de como expressa suas mensagens, sempre combatendo os muitos problemas do cotidiano dos jovens negros. Para ajudar a enfrentar o preconceito é preciso coragem, e as mensagens passadas através do Rap retratam as dificuldades a serem superadas por essas pessoas todos os dias. A Dança veio para o  entretenimento em meio a tantas dificuldades, e o Grafitti trouxe consigo o direito da liberdade de expressão sem fronteiras.

“O pobre não fala, ele cumpre a lei. O pobre não toma, ele pede, se humilha. E o rap não pede nada. O rap vai falando, falando de montão. Então, pros caras, isso aí é tipo uma revolta, uma conspiração dos pobres, dos pretos, dos favelados. Então, aí vem a bronca em cima dos Racionais. Essa comunidade toda aqui, ó, não pode falar nada, eles tem que trabalhar, comer mal, ganhar mal e ficar na moral. Nós somos tipo uns representantes."
(Mano Brown, Racionais, 2015)

   Assim, o Hip Hop é a voz dos oprimidos! Salva vidas, e se torna uma forma de viver que visa protestar as injustiças sofridas pelos negros e pobres, buscando o fim das desigualdades em questões sociais e raciais.
Um dos Gêmeos, grafiteiros paulistanos conhecidos mundialmente, fala sobre a missão dos movimentos do Hip Hop que estão sempre presentes em sua arte: 

“Se o cara segurar suas mãos para grafittar, você canta, se tapar sua boca, você dança. O importante é continuar dizendo a verdade”

Muitas pessoas que se envolveram com a cultura Hip Hop encontraram uma forma de fugir das drogas, do crime e da violência. O Rap oferece a elas uma maneira de protestar, de ganhar voz ativa e vencer os problemas da comunidade.
Muitos rappers paulistanos relatam o sentimento que os foi transmitido através dessa  cultura. Como exemplo temos Marcello Gugu, que fala da influencia do Hip Hop na vida de muitos jovens da periferia para um entrevista para revista Vai da Pé.

“O que a gente faz é arte”


No Grafitti não seria diferente! Criado como forma de protesto para dar alma às reivindicações da periferia, além da música, tem um caráter denunciativo e expressivo da realidade. Uns vêem o grafitti como uma arte urbana reconhecida internacionalmente, que além de protestar faz com que as pessoas reflitam e estimulem seu lado crítico com situações que por vezes passam despercebidas. Porém, nem todos enxergam assim, e apontam o grafitti como sinônimo de rabisco e exagero.




Grafitti de Paulo Ito: um grafiteiro paulista que retrata sempre em sua arte a exclusão social vivenciada pelos menos favorecidos.

Muitas Casas de Hip Hop foram criadas para dar apoio as periferias e estimularem a cultura, a literatura e o acesso a educação, mesmo em meio a tantos problemas sociais.
Tudo que envolve o Hip Hop é isso! Todos estão ligados no combate ao preconceito, lutando pela inclusão dos jovens, das mulheres, dos negros, dos pobres e de toda classe desfavorecida! O Hip Hop ganha espaço, quebra resistência, vence o preconceito e salva vidas! Mesmo que muitos não entendam e venham julgar, a cultura continua viva entre gerações, acesa nos corações que se abriram para adotar o Hip Hop não como uma música ou uma dança, mas como um estilo de vida que busca a igualdade e a liberdade para todos!

 


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