Salve salve, manos e minas!
Como nós já vimos nas postagens anteriores, o Hip Hop foi um
movimento cultural criado pelos jovens negros e pobres a fim de acabarem com os
problemas dos subúrbios novaiorquinos, como a violência desenfreada, o tráfico
de drogas e todo o preconceito e falta de oportunidades sofridos pelas pessoas
daquele lugar. Com o passar do tempo, o movimento se propagou de forma muito
rápida e intensa, graças às suas diversas formas de se apresentar, como no Rap,
na Dança e no Grafitti.
Conforme a cultura foi ganhando espaço, mais pessoas
acabaram se atraindo pelo Hip Hop, e nem todas eram necessariamente pobres ou
negras. Eram somente pessoas que se encantaram pela forma de como a cultura era
representada nas ruas, e de como aquilo carregava uma essência íntegra e
altamente expressiva.
Pessoas de diversas etnias e classes sociais adotaram o Hip
Hop como uma maneira de se expressar e começaram a fazer uso das gírias e das roupas largas, que deixaram de servir só para o conforto na dança e passaram a ser as principais características do estilo.
O
que antes só carregava a insatisfação dos negros com o preconceito e a
desigualdade, passou a levar consigo mensagens das mais diversas origens
sociais. Todos podiam participar! O branco, o negro, o rico, o pobre, o homem,
a mulher, sem restrições! É claro que isso acarretou um tipo de
"preconceito-inverso", e aqueles que antes se encaixavam "exclusivamente"
na cultura Hip Hop, passaram a ter que dividir seus espaços com pessoas muito
diferentes em criação ou estilo. Como exemplo disso temos o Eminem, um rapper que encantou o
público através do seu talento e da sua paixão pela cultura Hip Hop,
independente de ter vindo de uma família branca. No início sofreu muito com o preconceito
daqueles que diziam que "branco não serve para fazer rap", mas hoje
tornou-se um dos rappers mais influentes em todo mundo.
Ainda assim seria incorreto afirmar que todos os negros e
pobres se revoltaram contra os brancos-bem-de-vida que estavam os acompanhando.
Muitos os incentivaram, e gostaram de ver que suas ideologias também podiam ser
carregadas por outros grupos. O que os unia era o som, a música, a dança e todo o sentimento que vinha junto delas. A união deixou de ser pela revolta e passou a ser pela arte. A arte de se expressar, a arte de criar músicas
para protestar e a arte de ter espaço nas ruas para grafitar e propagar suas
mensagens.
Atualmente, o Hip Hop se tornou um universo muito mais amplo
comparado com aquele de seu surgimento. Jovens de todas as idades, cores e
classes sociais se encantam por essa cultura, porque nela encontram espaço
para serem o que quiser, falarem o que quiser e se divertirem como quiser.
O jovem de hoje se apaixona pelo Hip Hop em sua essência! Conhece as suas origens, acompanha suas evoluções e o reinventa. Não é por
acaso que hoje o rap é misturado com samba e soul music! E nem que muitos novos estilos de break dance tenham sido criados! Depois de misturarem pessoas, viram que misturar estilos também funcionava bem, e apesar de todas essas mudanças, a
cultura Hip Hop eterniza o reflexo de um grupo que luta pela mensagem de união,
paz, amor e diversão. Independente de classe, cor ou religião.
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